Texto de Helena Siqueira Dornellas

“Nós temos sido enredados pela ‘rede’, apanhados na armadilha do dinheiro. Acredito que só escaparemos a partir do momento em que começarmos a nos valorizar acima do dinheiro e dos ganhos materiais. Precisamos criar um novo paradigma para viver, um que seja diferente daquele que herdamos e mantivemos durante gerações pelo hábito e pela falta de consciência.” Deborah L. Price

Enquanto coaches, sugerimos sempre aos nossos clientes que revisitem suas crenças, principalmente aquelas de infância, coisas que os pais diziam ou faziam, principalmente, no que diz respeito às finanças e prosperidade.

Nos deparamos com falas fortes: “Dinheiro não dá em árvores”, “Dinheiro é a raiz de todos os males”, e ainda o terrível “Dinheiro não Traz Felicidade”.

Geralmente não voltamos lá para revisitar os hábitos decorrentes destes ensinamentos e, muitas vezes, seguimos patinando pela vida devido a crenças limitantes, quando não auto-sabotadoras.

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Bem, mas sempre é tempo de rever essas questões e mudar o rumo dos acontecimentos, principalmente quando as relações com as finanças não são das mais equilibradas, para não dizer conflitantes.

Alguns sinais são evidentes:

– Compras desnecessárias – coisas que sobram e se perdem nos armários;

– Gastos impulsivos – super-promoções imperdíveis a cada esquina ou a cada clique;

– Endividamento excessivo – surpresas ‘aterrorizantes’ quando se abre os extratos bancários ou os de cartão de crédito;

– Descontroles generalizados entre receitas (salários, proventos) e despesas (enorme lista de gastos incorrentes, recorrentes, insistentes e persistentes)

Análises

Comportamentos assim requerem análises mais aprofundadas das causas reais, pois esses resultados podem ser apenas uma pontinha de um iceberg imenso.

O espaço é pequeno mas vão aqui algumas questões a serem observadas:

  • Fatores emocionais:

Desequilíbrios financeiros podem denotar outros reveses nem sempre reconhecidos ou mesmo admitidos. Quem assume que supre suas carências nos doces, na comida ou… nas compras? E essas carências pode ter várias facetas: auto-estima, aceitação, pertencimento, prestígio, preenchimento de vazios, etc. etc.

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  • Endividamento:

É impressionante como ligamos nossos valores aos quesitos materiais, como se nosso valor intrínseco pudesse ser mensurado pelo patrimônio ou, pior, pelo saldo da conta bancária. E para alimentar esses ‘valores’, seguimos contraindo dívidas para saldar dívidas, em uma corrente infinita de cifrões e desesperos.

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  • Planejamento:

Embora vivamos a cultura do imediatismo, é fundamental pensar e olhar para frente. – Como estarei daqui a um ano, ou a cinco ou a dez? Parece muito abstrato mas, na verdade, é somente quando paramos para olhar e pensar como chegaremos lá, é que podemos começar a seguir por caminhos mais seguros, em vários aspectos mas, principalmente, no âmbito financeiro.

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O amálgama entre esses fatores é a reflexão de como estão sendo conduzidas as questões financeiras frente a tantos apelos, conscientes e inconscientes, tais como:

  1. Criação de necessidades que nem imaginávamos que poderíamos ter e que, de um momento para outro, torna-se crucial. Ex.: Quem pode sobreviver sem o último modelo do iphone, com zilhões de aplicativos que nunca usaremos?
  1. Imensa facilidade de crédito, fornecida por bancos, financeiras, cartões de crédito, consórcios, etc, que sempre nos apontam a facilidade da realização de sonhos a juros não tão módicos e a prazos a perder de vista e de controle. Ex: Uma taxa de 5% a.m. dobra o valor da compra em 14 meses.
  1. Nossa dificuldade em perceber outras questões que podem ser tão… ou mais importantes e edificadoras do que estas que vislumbramos através das grandes e pequenas mídias, todas nutridas pelo senso comercial da vida. Ex: Tempo, nosso bem mais precioso, que desperdiçamos sem nos dar conta de que ele não volta nunca mais.

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Visões mais amplas

Assim sendo, para quem busca equilíbrio e harmonia na vida, em todos os sentidos, é fundamental ampliar os olhares, sair da caixinha dos condicionamentos e começar a prestar atenção em outros fatores que podem ser inclusive mais fundamentais.

Talvez fosse necessário diminuir o consumo de informações que geram desejos de posse e passar a possuir desejos de realizar coisas que façam sentido para o coração. Temos talentos e aptidões que nem sabemos direito quais são, mas que permanecem latentes, buscando identificação, aplicação e resultados na vida.

Para deixa-los florescer não custa nada. Custará para implementa-los talvez, mas será um investimento gratificante, com resultados palpáveis no nosso sentimento de realização.

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Ai sim, o dinheiro dará em árvores, cujas raízes não são de todos os males e, mais do que tudo, trará felicidade, sim.

Esse assunto é vasto e merece muitas outras ponderações. De qualquer forma, não deixe de refletir a respeito do quanto de dinheiro NÃO é necessário para adquirir a almejada felicidade plena.

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Helena Siqueira Dornellas, é coach de Autodesenvolvimento com ênfase em Finanças Criativas.

Site: www.redesolsocial.com.br  (e-book gratuito: 5 Passos para Perceber e Otimizar o Invisível)

Fanpage: http://bit.ly/HSDCoach